Nas últimas décadas o Brasil passou por momentos econômicos promissores. Muitas pessoas prosperaram durante um período em que o mundo vivia uma crise financeira. Agora o cenário nacional confirma a realidade inevitável da recessão. O consumo diminuiu e muitas vagas de empregos foram fechadas. Mas o brasileiro não desiste nunca e busca cada vez mais novas maneiras de empreender. Investimentos menores que as conhecidas franquias surgem a cada dia e dão esperança a novos empresários em potencial que se perguntam: Vale a pena investir em uma microfranquia?
De acordo com dados da Associação Brasileira de Franquias (ABF) microfranquias são classificadas como marcas e modelos de negócio com investimento inicial de até R$ 90 mil. Esse cálculo é feito com base nos dados do PIB, renda média per capita e variação cambial. Além da definição, o mais importante é que o candidato tenha em mente onde está investimento. “A primeira coisa que uma pessoa precisa saber ao entrar para uma franquia é que ela está investindo no acesso à informação, à estrutura que uma empresa pode oferecer”, explica Adriana Auriemo, diretora de microfranquias e novos negócios da ABF.
A opção tem se tornado cada vez mais atrativa, como mostram os números de um estudo da Associação sobre o assunto. Em 2016 eram 557 microfranquias no país. Entre essas marcas, 79,8% atuam exclusivamente com microfranquias e 20,2% operam com ambos os formatos: tradicional e microfranquia. Já cerca de 36% das empresas que ainda não operam com o formato declararam que pretendem desenvolver o modelo de negócios nos próximos anos.
Fique Atento
Apesar do mercado promissor, especialistas alertam que é necessário estudo e planejamento antes de investir em uma marca. “Vale a pena, desde que seja feito um plano de negócios antes. É muito importante que o candidato veja uma análise do que a franquia oferece. No caso de microfranquias, é ainda mais importante que converse com outros franqueados. Fazer uma análise de público e dos concorrentes daquele ramo de negócios”, pontua Darcy Paulino Lucca Junior, consultor do SEBRAE-SP, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
Uma das maiores vantagens de abrir um negócio que já foi testado e provado é investir em marcas reconhecidas no mercado. Entretanto, é preciso entender que novos empresários em potencial precisarão da estrutura de bastidores para fazer o negócio funcionar. “Existe um documento chamado COF – Circular de Oferta de Franquia – que deve ser enviado ao candidato no máximo até 10 dias antes da assinatura do contrato. Nele devem estar todas as especificações do que a franqueadora oferece, como quais taxas serão cobradas do franqueado. Se oferece treinamentos e como são. Qual o mix de produtos oferecido, o lay out do ponto de vendas, identidade visual. Enfim, quais os deveres e responsabilidade de cada parte envolvida. Este suporte pode variar de acordo com o ramo em que se atua e é importante dizer tudo antes para não se decepcionar”, esclarece Adriana Auriemo, da ABF.
Dá retorno?
Ao colocar dinheiro em uma franquia, o candidato precisa entender que parte de seu sustento também sairá desse valor investido. A pesquisa da ABF registra que enquanto nas redes com ambos os formatos 29% das unidades de franquias demandam em média de 12 a 18 meses para obter o retorno do investimento, o índice sobe para 41% nas microfranquias.
O Pro Labore, que é o como se fosse o ‘salário’ do franqueado gira em torno de R$3.600 e R$4.000 mensais. Alguns microfranqueados chegam a ultrapassar R$
5 mil, sem contar o lucro das operações no resultado final. Entretanto, segundo Adriana Auriemo, quando se trabalha com números e com o mercado, os números nem sempre são exatos. “Existem microfranquias com investimento de cerda de R$ 5 mil e um conjunto infinito de variáveis que podem influenciar no retorno financeiro”, alerta a especialista.
Novos Horizontes
É importante ressaltar que idade e escolaridade não são critérios para a maioria das microfranquias. É um investimento democrático. Entretanto, a faixa etária campeã entre os novos investidores gira em torno de 26 e 35 anos e a maioria deles já pussui nível universitário. “Percebemos que são pessoas que estão começando como empresários. Jovens que não se enxergam trabalhando para outras pessoas, que não querem bater cartão. Querem ser seus próprios patrões”, pontua Adriana Auriemo.